Henry manda recado aos brasileiros antes da Copa: ‘Não me odeiem’

Carrasco do Brasil em 2006, francês se diz apaixonado por tudo que envolve o país e isenta R. Carlos de culpa em fatídico gol no último Mundial

Por Cahê Mota Direto de Valência, Espanha

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Kaká, Henry e Rafa Márquez durante evento em
Valência (Foto: Cahê Mota/Globoesporte.com)

O chute de primeira, após cobrança de falta de Zidane, aos 12 minutos do segundo tempo das quartas de final da Copa do Mundo da Alemanha em 2006 eternizou Henry no futebol brasileiro, e da pior maneira possível. A partir deste momento, o francês passava a figurar ao lado de nomes como Gigghia, Paolo Rossi e o próprio Zizou como um homem responsável por fazer o Brasil chorar.

Admirador confesso de tudo que envolve o país, Thiti, como é chamado pela imprensa espanhola, nunca escondeu o carinho pelas terras tupiniquins. Cantores, como Caetano Veloso, times de futebol, como o Vasco, e muitos jogadores fazem parte de suas preferências. Mas basta ter seu nome citado em qualquer “resenha” assumir imediatamente a alcunha de carrasco.

Diante do irremediável, o craque francês fez ao menos um apelos ao milhões de brasileiros às vésperas da Copa do Mundo. Em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM durante evento de um patrocinador em Valência, na Espanha, ele colocou as mãos na cabeça e pediu:

- Eu tenho uma admiração grande pela equipe, pelo país e pela cultura. Peço que o povo não me odeie de verdade. Foi uma partida que tínhamos que ganhar e conseguimos. Só isso. É sempre especial vencer o Brasil e foi um momento muito importante.

E as lembranças do camisa 12 dos Bleus não param por aí. Tão marcante quanto a bola escorada por seus pés, é a imagem de Roberto Carlos levantando o meião, que transformou o lateral em grande vilão da eliminação. Responsável por decretar a aposentadoria do corintiano da seleção, Henry o absolveu completamente do lance.

- Para mim, ele não tem culpa. O que passou, passou. Roberto Carlos é um jogador exemplar. Fez muito para o Brasil e tem uma carreira incrível. Acontecem algumas coisas em campo, mas futebol se ganha e se perde em equipe. Não podemos culpá-lo. É um dos melhores, ou até mesmo o melhor, laterais-esquerdos da história.

Convocado por Raymond Domenech para representar seu país na África do Sul, Henry vai disputar a quarta Copa do Mundo de seu carreira. O retrospecto é positivo: um título (98) e um vice (2006). Apesar da eliminação precoce na primeira fase em 2002, é bom abrir o olho, o carrasco pode atacar novamente. Sempre com muito carinho.