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Chuteiras personalizadas viram moda na busca pelo hexa

Com calçados sob medida e homenagens aos familiares e à pátria, jogadores sonham com a conquista de mais uma Copa do Mundo

Por Márcio Iannacca e Thiago Lavinas Direto de Joanesburgo, África do Sul
Todo jogador gosta de demonstrar o amor por seus entes queridos ao entrar em campo. Seja com um gesto ou com uma comemoração diferente, o que vale é deixar o recado. Mas a partir do dia 15 de junho, quando o Brasil estrear na Copa do Mundo, os 23 convocados pelo técnico Dunga vão demonstrar o seu carinho pelos filhos, esposas ou mães na ponta da chuteira. Personalizadas, elas viraram moda na seleção.
Chuteira da Seleção BrasileiraAs chuteiras que serão utilizadas pelos jogadores durante a Copa (Foto: Thiago Lavinas / Globoesporte.com)
As chuteiras viraram uma espécie de identidade para os jogadores da seleção. Kaká, por exemplo, destaca a sua fé com a menção à religião. A mensagem: “Jesus in the first place” (Jesus em primeiro lugar) está gravada no pé direito.
CONFIRA A GALERIA DE FOTOS DAS CHUTEIRAS DOS CRAQUES DA SELEÇÃO
Artilheiro da seleção, o atacante Luís Fabiano coloca suas iniciais "LF9" em um pé, e no outro as iniciais dos nomes da esposa (Juliana) e das filhas (Geovanna e Gabriela), o que forma a sigla "JGG". Robinho prefere fazer uma homenagem ao filho Júnior e com um recadinho: "Papai te ama".
Os jogadores brasileiros também procuram seguir a risca o tradicional lema "pátria na chuteira". Dos 23 atletas, nove pediram para se gravar no calçado a bandeira do Brasil. E não são apenas os bordados que chamam a atenção. Alguns atletas pedem aos fabricantes modelos sob medida. No caso da Nike, que trabalha com 14 jogadores da atual seleção, Elano e Luís Fabiano tem calçados diferenciados. Enquanto o primeiro gosta de travas a mais no solado, o outro prefere um material mais macio no peito do pé e no bico da chuteira. Na Itália, a empresa tem uma fábrica para produzir os modelos exclusivos dos maiores craques, com medidas e especificações detalhadas de cada um.
Robinho e Nilmar vão entrar em campo nesta Copa do Mundo com o chamado "modelo inteligente", que tem uma tecnologia capaz de identificar o tipo de gramado e regular, automaticamente, a altura das travas. Já a Adidas patrocina quatro jogadores do time brasileiro. O zagueiro Lúcio, o lateral-esquerdo Michel Bastos, o meia Kaká e o atacante Grafite.
Kaká, visto como a estrela da atual seleção, também vai jogar na Copa do Mundo com um modelo personalizado. Todas as características da chuteira foram passadas pelo meia para a empresa, que demorou quase dois meses para desenvolvê-la. Tudo para deixar os brasileiros com o pé calibrado em busca do hexa.
CHUTEIRAS PERSONALIZADAS DA SELEÇÃO
JOGADORES BORDADOS
Maicon Próprio nome e bandeira do Brasil
Daniel Alves Nome dos filhos Daniel e Vitória e bandeira do Brasil
Gilberto Próprio nome
Michel Bastos Nome da esposa Letícia e do filho Lucas e bandeira do Brasil
Juan Nome do filho João Lucas e bandeira do Brasil
Thiago Silva Nome do filho Isago e da esposa Isabella e bandeira do Brasil
Luisão Próprio nome
Gilberto Silva Próprio nome "G.Silva"
Ramires Próprio nome
Kleberson Nomes dos filhos Klebinho e Daphne e bandeira do Brasil
Elano Nome das filhas Maria Tereza e Maria Clara  e bandeira do Brasil
Kaká Mensagem "Jesus em primeiro lugar" (em inglês)
Robinho Nome do filho Júnior com mensagem "Papai te ama" e bandeira do Brasil
Luís Fabiano Iniciais do próprio nome "LF9" e das filhas e da esposa "JGG"
Júlio Baptista Próprio nome, da mãe Wilma e da noiva Silvia
Nilmar Apenas o nome da filha Helena, que vai nascer em julho
Grafite O próprio nome "Graffa 23"
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Robinho e Maicon são os melhores em coletivo sem gol

Dunga arma time pela primeira vez, e Michel Bastos sai na frente na briga pela lateral esquerda. Seleção estreia dia 15, contra Coreia do Norte

Por Daniel Lessa, Leandro Canônico, Thiago Correia e Thiago Lavinas Direto de Joanesburgo, África do Sul
O treinador Dunga comandou seu primeiro coletivo na África do Sul, e Michel Bastos saiu na frente na briga com GIlberto pela lateral esquerda. No campo da Randburg High School, em Joanesburgo, o time titular não teve surpresas e, de colete vermelho, iniciou a atividade com Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Kaká e Elano; Robinho e Luis Fabiano.
O treino, disputado em campo molhado devido à chuva antes do início do coletivo e sob temperatura de 12°C, durou 48 minutos e acabou sem gols. Robinho e Maicon foram os destaques entre os titulares, enquanto Felipe Melo errou muitos passes. Kaká, que se recuperou recentemente de lesão na coxa esquerda, participou o tempo inteiro e acertou dois bons passes, mas pareceu se poupar.
Gomes iniciou no time reserva, enquanto Doni ficou no banco (entrou no lugar de Gomes aos 32 minutos). Além do goleiro, os suplentes tiveram Daniel Alves, Luisão, Thiago Silva e Gilberto; Josué, Kleberson, Ramires e Julio Baptista; Nilmar e Grafite. Antes de começar, Dunga conversou com os titulares, enquanto Jorginho orientou os reservas.
O time de vermelho tentou marcar sob pressão, com os atacantes dificuldando a saída de bola dos reservas - em determinado lance, Robinho parou e um companheiro gritou para que ele voltasse e fechasse o meio-campo. Os suplentes jogavam fechados e tentavam sair nos contra-ataques, certamente tentando simular o estilo norte-coreano, adversário de estreia do Brasil no dia 15 de junho no estádio Ellis Park, em Joanesburgo.
robinho no treino do BrasilRobinho chuta no primeiro coletivo do Brasil
(Foto: Thiago Dias / Globoesporte.com)
Uma das jogadas mais fortes da seleção se repetiu no trabalho. Após falta pelo lado direito de ataque, Elano cobrou cinco vezes a falta, jogando a bola na área. Com o time marcando por pressão, Dunga reclamou da marcação ao menos uma vez, quando Felipe Melo tentou se adiantar e deu o bote errado. O time reserva teve espaço e evoluiu com tranquilidade. O treinador aproveitou então uma falta pelo lado direito e repetiu as cobranças na área, agora com Daniel Alves. Depois, o lateral treinou cobranças de escanteio pelo lado esquerdo do ataque.
A primeira oportunidade da equipe principal foi com Elano, antes de um minuto de treino. Após tabela, ele entrou cara a cara e bateu para boa defesa de Gomes. Robinho tirou tinta da trave ao bater de fora da área e, mais tarde, deu belo passe para Maicon, mas o goleiro reserva saiu e cortou de cabeça. Luis Fabiano ficou com o rebote, mas foi desarmado.
Melhor entre os titulares, Robinho deu outro belo passe para Luis Fabiano, mas o atacante não finalizou porque estava impedido. Mas se o atacante do Santos se destacou, Felipe Melo apareceu pelos passes errados.
Os reservas quase marcaram com Grafite, mas Julio Cesar defendeu. A melhor oportunidade foi num dos escanteios batidos por Daniel Alves, quando Thiago Silva acertou a trave esquerda. O ritmo da atividade foi caindo, e Julio Cesar ainda fez uma boa defesa em nova cabeçada de Thiago Silva, antes de ser substituído por Gomes. Pouco depois, Dunga encerrou a atividade e deu início ao treino de cobrança de falta, com Elano e Michel Bastos se revezando.
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Júlio Baptista se diz pronto para substituir Kaká à altura na seleção

Jogador afirma que está preparado para entrar na equipe caso o técnico Dunga veja necessidade. Jogador tem tido boas atuações na seleção

Por Márcio Iannacca e Leandro Canônico Direto de Joanesburgo, África do Sul
Júlio Baptista em coletivaJúlio Baptista sorri durante a coletiva de imprensa
(Foto: Thiago Correia / Globoesporte.com)
A incerteza sobre a condição física do apoiador Kaká para os primeiros jogos da Copa do Mundo pode até preocupar o técnico Dunga e o torcedor brasileiro. Mas caso o apoiador do Real Madrid não tenha um bom rendimento durante o Mundial, um dos convocados para a disputa da competição tem certeza de que poderá desempenhar um bom papel. Trata-se de Júlio Baptista. Contestado por parte da imprensa e da torcida, ele diz que se garante, caso seja utilizado durante a competição.
- Estou pronto para fazer o meu trabalho. Fico feliz com a confiança do treinador. Outros jogadores vieram e não conseguiram desempenhar o melhor. Uma crítica como essa só faz o atleta melhorar como jogador. É por isso que vou estar sempre tranquilo em relação a isso – afirmou Baptista.
Apesar da desconfiança, os números de Júlio Baptista não mentem. Sempre que foi requisitado por Dunga, o jogador correspondeu com boas atuações. Na final da Copa América, em 2007, na Venezuela, contra a Argentina, ele marcou o primeiro gol da vitória por 3 a 0. Nas eliminatórias, o apoiador, que balançou a rede em duas oportunidades, teve partidas marcantes na campanha da seleção brasileira até o Mundial de 2010.
Mesmo se garantindo para substituir Kaká caso haja uma necessidade, Júlio Baptista afirmou que o companheiro já está recuperado dos problemas físicos que o perseguiram durante a última temporada na Europa.
- O Kaká vinha de uma lesão como vocês sabem. Já se reincorporou ao grupo e ele melhorou bastante. O jogador quando chega na seleção, mesmo que ele venha de um mau período, ele consegue se recuperar e dar tudo pela seleção. Aqui é diferente, vivemos coisas que não passamos em nossos clubes. É o ambiente mais importante que vivemos hoje – afirmou o jogador
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Branco revela que engravidou a mulher durante a Copa de 94

Em entrevista jornal ao 'Extra', ex-lateral diz que cerveja era liberada na concentração, mas reforça profissionalismo do time e prega apoio a Dunga

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
branco, ex-jogadorPara Branco, liberdades da concentração argentina
tiram a tensão dos jogadores (Foto: Fotocom)
Se a decisão de liberar sexo, vinho e chocolate na concentração argentina durante a Copa do Mundo na África do Sul pareceu, para muitos, uma decisão ousada da comissão técnica capitaneada pelo polêmico Diego Maradona, um tetracampeão mundial pela seleção brasileira garante que a medida dos hermanos não chega a ser uma inovação. Em entrevista ao jornal “Extra”, o ex-lateral Branco, autor do gol que rendeu a classificação canarinho para a final da Copa de 94, contou que os jogadores tinham permissão para beber cerveja – moderadamente – e revelou, ainda, que, seu filho Stéfano “foi feito nos Estados Unidos”, mas fora da concentração, em um dia de folga com a mulher na cidade de São Francisco, na Califórnia.

Companheiro de Dunga, Romário e Ricardo Rocha no Quarto dos Dinos (dinossauros), no Mundial dos Estados Unidos, o ex-jogador “entregou” os colegas, e admitiu que até o hoje disciplinador comandante da seleção aproveitava as liberdades da concentração brasileira.

- Claro (que havia bebida na concentração), mas havia profissionalismo. Estávamos ali para ganhar a Copa do Mundo. Tinha jogo em que uma cervejinha era liberada. Mas bebíamos umas três ou quatro, para relaxar. Ninguém estava ali para encher a cara, mas para ser campeão - explicou.

Para Branco, a opção dos argentinos pode ajudar a tirar dos atletas parte da tensão vivida pela equipe, que, a exemplo do que acontecia com o Brasil em 94, vive um jejum de 24 anos sem títulos mundiais.
- Acho que pode ser liberado, sim. Sexo na concentração só não pode ser for com a mulher do amigo – brincou.

A exemplo de muitos torcedores, Branco lamentou as ausências de Ronaldinho Gaúcho, Ganso e Adriano no grupo que vai tentar buscar o hexa, mas, pregando respeito e apoio a Dunga, cuja campanha classificou como “incontestável”, se mostrou confiante.
- A partir do dia 15, o presidente do Brasil é o Dunga, não o Lula.
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Seleção brasileira realiza primeira atividade na África do Sul

Após viagem de mais de oito horas, jogadores correm no campo de golfe ao lado do hotel onde a delegação está hospedada, em Joanesburgo

Por Daniel Lessa, Leandro Canônico, Márcio Iannacca, Thiago Correia e Thiago Lavinas Direto de Joanesburgo, África do Sul
Os jogadores da seleção brasileira fizeram um treino leve no fim da tarde desta quinta-feira, horário da África do Sul. Após a desgastante viagem de Brasília para Joanesburgo, que durou pouco mais de oito horas, os atletas deram voltas em torno do gramado do campo de golfe localizado ao lado do hotel onde a delegação está hospedada.
A atividade foi comandada pelos preparadores físicos Paulo Paixão e Fábio Marseredjian e durou cerca de 30 minutos. Na parte da manhã, o lateral-direito Maicon e o zagueiro Lúcio se juntaram à delegação em Joanesburgo. Com o grupo completo, a expectativa é que o técnico Dunga comece a projetar a equipe para a estreia na Copa do Mundo, contra a Coreia do Norte, no dia 15 de junho, nos treinos dos próximos dias.
Nesta sexta-feira, o treinador vai comandar atividades em tempo integral. Na parte da manhã, o treino vai começar às 9h. À tarde, o trabalho está programado para as 15h30m.
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Brasil vai ter de encarar o barulho das vuvuzelas antes da estréia

Festa sem hora para terminar em clube de golfe ao lado do hotel da seleção está marcada para o próximo dia 11 de junho

Por Marcos Felipe Direto de Joanesburgo, África do Sul
cartaz festa copa do mundo áfrica do sulCartaz da festa ao lado do hotel da seleção brasileira
(Foto: Marcos Felipe / Globoesporte.com)
Os jogadores brasileiros poderão ter problemas para dormir no próximo dia 11 de junho. Anexo ao hotel da seleção em Joanesburgo, um clube de golfe está preparando uma enorme festa no local para o dia da abertura da Copa de 2010, com o jogo entre África do Sul e México.
Quem quiser ir à “Football Fever Party”, que está marcada para às 16h (horário local), terá de desembolsar 120 rands (cerca de R$ 30). O detalhe é que, no cartaz, pendurado em vários locais no Randpark Club, os organizadores dizem que o evento não tem hora para acabar. E, para piorar, eles pedem que quem for à festa leve suas camisas de seleção (os mais bem vestidos concorrem a prêmios), makarapas e vuvuzelas. Promessa de muito barulho.
A seleção chegou à África do Sul nesta quinta-feira. Os treinos começam na sexta. A estreia será no dia 15 de junho, contra a Coreia do Norte, no estádio Ellis Park, em Joanesburgo.
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FOTO: Robinho desbanca Drogba e é o novo 'gigante' de Joanesburgo

Craque brasileiro está no maior painel comercial do centro da cidade

Por Thiago Dias Direto de Joanesburgo, África do Sul
hotel nike com foto gigante de robinho brasilRobinho é o novo 'rei' de Joanesburgo e desbancou Drogba como o protagonista do maior anúncio da cidade. Na outra fachada do mesmo prédio em que há uma foto gigante do atacante da Costa do Marfim, a patrocinadora da seleção brasileira instalou um painel ainda maior com a imagem do craque do Santos, usando a camisa amarelinha. Os comerciais estão localizados no prédio mais alto do centro de Joanesburgo. (Fotos: Thiago Dias)
Drogba reina em Jonesburgo, prinipal sede da CopaO comercial de Drogba no outro lado do prédio onde agora está a foto gigante de Robinho.
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Dunga garante Kaká na estreia

Em sua primeira entrevista na África do Sul, o técnico brasileiro diz que o meia e principal estrela da seleção estará em campo no dia 15 de junho

Por Marcos Felipe Direto de Joanesburgo, África do Sul
Sete horas depois de pisar em solo sul-africano, o técnico Dunga concedeu a sua primeira entrevista coletiva no país da Copa do Mundo. No hotel onde o Brasil está hospedado, o treinador falou das impressões que teve ao chegar à África do Sul e da alegria pela proximidade com o Mundial. No seu discurso, o técnico brincou com a promessa de Maradona em ficar pelado caso seja campeão, sorriu quando questionado sobre sexo na concentração (a Argentina liberou), disse que o time não precisa de psicólogo e prometeu que Kaká estará em campo na estreia.
- O Kaká vai estar pronto para a estreia (dia 15 de junho, contra a Coreia do Norte) - garantiu.
Dunga, treinador do BRasil, durante a coletivaDunga sorri na sua primeira entrevista coletiva ao chegar à África do Sul para a Copa do Mundo  (AFP)
Nos últimos dias da seleção no Brasil, Kaká vinha fazendo um trabalho diferente. Desde o começo do ano que o meia do Real Madrid (ESP) convive com dores que prejudicam o seu rendimento. Com uma lesão na coxa esquerda, ele não atuou nas duas últimas rodadas do Campeonato Espanhol.
 - O Kaká vai continuar trabalhando como faz desde que se apresentou. Nem sempre o jogador que está na fisioterapia está cuidando de lesão. Tanto o Kaká como o Luis Fabiano já passaram a trabalhar com o Rosan (Luiz Alberto Rosan, fisioterapeuta) e estão no reforço muscular. Como ele ficou um bom tempo sem treinar, é normal que não esteja na mesma condição que os demais. Vamos dosando.
Com uma fisionomia cansada, por conta das quase nove horas de voo, Dunga manteve o velho estilo durão, mas também demonstrou bom humor. Principalmente quando foi questionado sobre os argentinos. Se Maradona prometeu ficar pelado caso seja campeão, o brasileiro só prometeu trabalho. Com relação ao sexo, liberado na concentração dos hermanos, os nossos jogadores só terão esse direito nos dias de folga.
- Nem todo mundo gosta de sexo, de tomar vinho ou sorvete...  Nós temos de respeitar as individualidades quando não estamos concentrados na seleção. E não tenho promessa. Promessa é trabalhar e deixar as coisas correrem naturalmente.
kaká, do BRasil, desembarca em Joanesburgo, África do sulKaká durante o desembarque da seleção brasileira
A 15 dias do início da Copa do Mundo, Dunga externou o espírito da sua equipe. Os jogadores chegaram a Joanesburgo excitados, postando frases no Twitter, e irradiando alegria.
- Neste momento notamos a motivação e a alegria de estarmos aqui. Quando chegar mais perto da estreia vai ter aquela ansiedade de jogar, o que é normal. Mas, por enquanto, é a alegria.
Com o time na mão, o treinador sabe que não precisa de psicólogo para motivar o elenco. Como quase sempre diz nas suas declarações, ele falou conseguiu resgatar o orgulho do jogador em vestir a camisa amarela do Brasil.
- O nosso primeiro objetivo já foi alcançando, que foi conseguir resgatar o desejo de vestir a camisa da seleção. Quando chegamos tinha muito pedido de dispensa. Hoje todos querem estar aqui. Tem lobby de jogador, de empresário, de assessor... Agora temos consciência de que o próximo objetivo é o que vale, que é ganhar a Copa. A parte psicológica vai ser no automático. Você acha que um psicólogo em 30 minutos vai colocar alguma coisa na cabeça de alguém que sofreu a vida inteira? Temos de reforçar a confiança neles.
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Dunga gostaria de pegar adversários mais fortes às vésperas da Copa

Treinador diz que vai utilizar jogos contra o Zimbábue, no dia 2, e Tanzânia, dia 7, para dar ritmo aos jogadores, que não atuam juntos desde março

Por Daniel Lessa, Márcio Iannacca e Marcos Felipe Direto de Joanesburgo, África do Sul
Dunga e Jorginho na coletiva da seleção brasileiraDunga e Jorginho na coletiva da seleção brasileira
(Foto: Marcos Felipe / GLOBOESPORTE.COM)
O técnico Dunga bem que gostaria de encarar adversários mais fortes nos dois amistosos às vésperas da estreia do Brasil na Copa do Mundo, no dia 15 de junho, contra a Coreia do Norte, em Joanesburgo. Mas por precaução para evitar o desgaste com viagens longas, Kaká, Robinho e companhia vão enfrentar duas seleções sem tradição no futebol: Zimbábue, no próximo dia 2, e a Tanzânia, no dia 7. A expectativa do treinador é entrosar o grupo que vai iniciar o Mundial.
- Gostaríamos de uma equipe diferente. Não foi possível por uma série de situações. Nem todo mundo estava disposto a jogar com o Brasil. O negócio é jogar para pegar ritmo e chegar bem à Copa do Mundo – afirmou o treinador.
Os deslocamentos terão duração menor ou igual a três horas. A capital do Zimbábue, Harare, fica a 977 km de Joanesburgo. Já a principal cidade da Tanzânia, Dodoma, fica a 2.359 km da concentração da seleção em solo sul-africano.
Para cada partida, a tendência é que a seleção fique três dias em cada país. Para o primeiro amistoso, a delegação vai deixar a África do Sul no dia 1º de junho e retornar apenas no dia 3. No jogo seguinte, a mesma logística. O grupo viaja no dia 6 e retorna no dia 8.
A última partida da seleção brasileira ocorreu em março, em Londres. O time canarinho venceu a Irlanda por 2 a 0. Naquela ocasião, o treinador definiu a lista de convocados para a Copa do Mundo.
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Kaká pode se transferir para o Chelsea, afirma jornal italiano

Diário 'Tuttosport' diz que meia teria interesse em trabalhar com Ancelloti

Por GLOBOESPORTE.COM Milão
kaká, do BRasil, desembarca em Joanesburgo, África do sulKaká na chegada à África do sul (Foto: agência Reuters)
A chegada de José Mourinho ao Real Madrid pode não ter animado o craque Kaká. De acordo com o diário italiano “Tuttosport”, o meia brasileiro poderia deixar o clube merengue para voltar a trabalhar com seu antigo técnico nos tempos de Milan, Carlo Ancelloti, no Chelsea.
A publicação italiana afirmou que Kaká não estaria satisfeito em Madri. E que já teria conversado com Ancelloti em um contato inicial para se mudar para o futebol inglês.
Kaká foi comprado pelo Real no ano passado pelo valor de 65 milhões de euros (R$181,8 milhões na época). O brasileiro, no entanto, não conseguiu repetir as boas atuações e teve problemas com lesões durante a temporada.
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Seleção segue para a África do Sul com o apoio dos torcedores

Voo fretado que leva a seleção tem mensagens de incentivo para os jogadores

Por Thiago Lavinas Direto de Curitiba
A seleção brasileira está a caminho da terra da Copa do Mundo. O voo fretado que leva a delegação já saiu de Brasília após o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a previsão de chegada em Joanesburgo, na África do Sul, é para às 3 horas da madrugada (horário de Brasília).
Avião da seleção brasileiraAvião da seleção vai para a África do Sul com mensagens de apoio da torcida (Foto: Agência Estado)
Os jogadores estão viajando em poltronas confortáveis, de primeira classe, com um clima bem positivo. Momentos antes do embarque, eles acompanharam um vídeo com depoimentos de incentivo de torcedores brasileiros. Além disso, o avião foi pintado com 118 mensagens de apoio de fãs de diversos lugares do país.
Abaixo, algumas das mensagens que foram gravadas no avião que leva o Brasil para a Copa do Mundo:
“Sempre estaremos juntos com vocês! Vamos Brasil, rumo ao hexa!!!”
Daniel Popp – São Paulo SP
“Número de passageiros: 192 milhões de brasileiros. Destino: ser
campeão. Pra cima deles, Brasil!”
Gabriel Viegas Santos – Três Lagoas RS
Avião da seleção brasileiraAvião da seleção brasileira (Foto: Photocâmera)
“Que o Brasil jogue o melhor futebol de todos os tempos”
Roberto Aguiar – Estados Unidos
“Vamos encantar novamente o mundo!!! Força Brasil!!!”
Everaldo Coelho da Silva – São Paulo SP
“Força Seleção, o Brasil está junto com vocês!”
Fábio Martins – São Paulo SP
“Até a zebra vai torcer pra nossa Seleção.”
Gustavo lobo – Fortaleza CE
“Vamos lá, Brasil, mostra que sempre seremos o país do futebol.”
Simone – São José do Rio Preto SP
“Na Copa da África vamos matar um leão por jogo e o prêmio desse
safari será o nosso hexa.”
Camila Reis – São Paulo SP
“O gigante da América do Sul acordou...”
Josua Pena – Brasília DF
“Tenho certeza que o hexa será nosso!!! Boa sorte!”
Carolina – Itanhaém SP
Avião da seleção brasileiraAvião tem bola de futebol pintada no bico (Foto: Reuters)
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Lula recebe a seleção brasileira no Palácio da Alvorada

Após reunião, técnico e jogadores embarcam para a África do Sul. Equipe treinava em Curitiba antes de viajar para Brasília.

Por Nathalia Passarinho G1, em Brasília
A seleção brasileira chegou às 15h no Palácio da Alvorada, em Brasília, para um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O técnico da seleção, Dunga, e os jogadores escolhidos para participar da Copa do Mundo da África do Sul vieram de Curitiba (PR), onde treinavam no CT do Atlético Paranaense.
seleção brasileira e o presidente Lula em Brasília Seleção brasileira e posa com o presidente Lula em Brasília (Foto: Joedson Alves / GLOBOESPORTE.COM)
Dezenas de pessoas, a maioria crianças correram pela rua para tentar alcançar o ônibus da equipe que vai representar o Brasil. Apesar do esforço, não conseguiram enxergar os jogadores, já que o veículo tem vidros escuros e entrou direto na residência oficial de Lula, onde o acesso é restrito.
Funcionários do Aeroporto Internacional de Brasília também tentaram manter contato com a seleção quando ela desembarcou às 14h20m na Base Área, área restrita do aeroporto. No entanto, um cordão de isolamento feito por militares impediu a aproximação. Após o encontro com o presidente os jogadores seguem para a África do Sul.
A Copa do Mundo começa no dia 11 de junho. O primeiro jogo do Brasil será contra a Coreia do Norte no próximo dia 15. Antes disso, a seleção enfrenta dois amistosos, um contra o Zimbábue e o outro contra a Tanzânia. Em 2006, a seleção também visitou o presidente Lula antes de disputar a Copa.
Depois do encontro com a seleção brasileira, Lula recebe os três árbitros brasileiros que representarão país na Copa da África do Sul: Carlos Eugênio Simon, Altemir Hausmann e Roberto Braatz.
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Daniel Alves deixa de ser figurante no cinema para virar protagonista da bola


Lateral-direito deixa o sertão baiano e vira um dos principais nomes do Barcelona. Jornal Nacional exibe série especial sobre os convocados por Dunga para a Copa

Enxada na mão, sol de 40 graus na cabeça. Na terra seca do sertão baiano, plantar melão e cebola para vender era o principal sustento da família de Domingos Silva. Mas um dos cinco filhos era diferente. A começar pelos olhos verdes, um sucesso na região, que herdou do avô paterno. Sempre que podia, Daniel Alves esquecia a roça e corria para um campinho de terra batida, cheio de pedras, que existia em Salitre, distrito do interior da Bahia, a 30km de Juazeiro. Entre cabras e jumentos, se destacava da garotada e já até ensaiava um futuro de sucesso.


- Com seis anos, ele riscava a parede (de casa) dizendo que era o autógrafo para quando ficasse famoso. Ele riscava até os nossos cadernos do colégio. O Daniel sempre almejou isso para a vida dele - lembra o irmão Júnior.De brincadeira de criança à representante nordestino na seleção brasileira. Aos 27 anos, Daniel Alves vai disputar a primeira Copa do Mundo. O lateral é o quinto personagem de uma série de reportagens especiais do Jornal Nacional sobre os 23 convocados por Dunga para a África do Sul.

O sonho era quase impossível. Daniel Alves cresceu no povoado de Umbuzeiro, no distrito de Salitre. Longe de qualquer centro esportivo.

- É o interior do interior da Bahia (risos) – disse Daniel Alves.


- A vida lá é complicada. É agricultura. Um ano dá dinheiro, outro ano não dá. E lá tem problema da seca. Seis meses de água e seis meses de seca. É complicado. Eu trabalhava de tudo. Era agricultor, comerciante, tudo o que pintava eu fazia – garante o pai Domingos.


Lá, as crianças vão cedo para a plantação ajudar a família. Mas havia um campo poeirento logo atrás da casa de Daniel Alves.


- Era cheio de terra. Em vez de grama só tinha pedra. A gente limpava todo dia. Mas no dia seguinte... Não sei de onde surgia tanta pedra (risos).





Daniel Alves vivia em uma pequena casa. A cama em que dormia era feita de cimento. A jornada era pesada. Junto com os irmãos, acordava às 4h da madrugada. Às 10h voltava para casa, tomava banho e ia para o colégio. De onde só retornavam às 18h.

- Era uma vida dura, difícil, mas feliz. Apesar de trabalhar no campo, plantando coisas com o sol de 40 graus na cabeça, a gente era feliz. A minha família era uma das que tinha mais possibilidades de viver na região. Ajudei o meu pai na roça. Desde os dez anos ajudava o meu pai no trabalho. Ele precisava contar muito com a gente. Foi um esforço válido. A casa era simples, mas uma das melhores da região. Era um cuidado que os meus pais tinham. Quando chovia não caia água em cima. Eles conseguiram fazer uma boa estrutura.


- A gente tinha pouco, mas graças a Deus não faltava nada. Trabalhava muito, de domingo a domingo – lembra Domingos.


Seu Domingos montava times de futebol para jogar pela região. Daniel Alves sempre jogava no ataque do “Palmeiras de Juazeiro”. Não fazia muitos gols, mas alguém teria coragem de reclamar?


- Como eu era o filho do treinador eu sempre jogava. Foi bastante divertido. Sempre que havia um torneio o meu pai colocava um time para disputar. Ele gostava do Palmeiras pra caramba. Por isso o time se chamava Palmeiras. E ele sempre me colocava de atacante. A gente fazia o que podia. E pouco a pouco fui indo para trás. E acabei como lateral-direito. Uma posição que hoje eu adoro – lembra.


Os jogos rendiam muitas histórias engraçadas. O amigo Elenilton dos Santos, conhecido como Lelito, lembra de uma delas.



- Um volante lá de Petrolina, o Lilo, uma vez jogou o Daniel dentro do mato e ele saiu de lá cheio de carrapicho. Foi massa demais. A resenha naquele dia foi boa por conta desse lance - conta.



Daniel Alves deixou de ser atacante quando caiu nas mãos de Bartolomeu Monteiro, mais conhecido entre a garotada como Caboclinho. Ele treinou muitos meninos ao longo da vida que sonhavam deixar o sertão e brilhar no mundo da bola.


Foi muita luta, muita dificuldade. Mas o básico a gente sempre deu para os nossos filhos. Foi tudo simples, mas não faltou. " Maria Lúcia, mãe de Daniel Alves




- Ele era um garoto de atitude, que não se conformava com a reserva. Não tínhamos condições de trabalho e não poderíamos ter certeza de que ele seria um dos melhores do Brasil ou do mundo. Se eu falasse isso estaria mentindo. O Daniel é um cara iluminado. É um orgulho para todos nós. O pai dele me disse quando eu o busquei no Salitre: "esse garoto vai me dar o que estou necessitando, mais um quilo de feijão". Ele deu bem mais do que isso – lembra Caboclinho.



- Eu queria jogar. E em uma escolinha todos querem ser atacantes. E ele me colocou de lateral para eu jogar. Foi uma decisão acertada. Ele não se equivocou, não – conta Daniel – que sempre encontra Caboclinho quando vai a Juazeiro visitar a família.

Aos 13 anos, Daniel Alves saiu de casa e foi morar com o irmão. Na época, Ney jogava no juvenil do Juazeiro. E abriu as portas.

- Comecei a jogar e pedi para o meu irmão vir também. Eles aceitaram. O time profissional aqui de Juazeiro disputava a segunda divisão do Campeonato Baiano. Quando subiram para a Primeira Divisão foi necessário criar as divisões de base - lembra.

Antes de se exibir nos palcos da Europa e vestir a camisa da seleção brasileira, Daniel Alves tentou a sorte em outra profissão. Com as filmagens do longa “Guerra de Canudos”, em Juazeiro, ele conseguiu um emprego temporário como figurante da produção dirigida por Sérgio Rezende. Pela pequena participação, ele ganhou R$ 5 por dia de gravação.


- Eles estavam gravando lá o filme e precisavam de pessoas para trabalhar como figurantes. E pelo trabalho eles davam a alimentação e R$ 5 ou R$ 10 por dia. Então ninguém queria perder essa boquinha. Consegui sair no filme. Mas acho que ninguém vai me conhecer porque eu estava ali no meio de todo mundo. Mas foi muito legal – contou o jogador, que é fã de Will Smith e Julia Roberts e gosta de filmes de terror.


Os irmãos moravam em um quarto alugado em Juazeiro. Daniel Alves estudava no Colégio Estadual Pedro Raimundo Rego, no bairro Piranga. Ou, pelo menos, deveria.


- Ele enganou a gente que estava estudando. Ele tinha que treinar todos os dias de manhã e à tarde. Senão o treinador falava que ele não seria aproveitado. Só que ele não falou nada para a gente. Aí fui lá uma vez em maio e olhei o caderno dele. Estava todo em branco. As aulas tinham começado em fevereiro – lembra a mãe Maria Lucia.

Mas Daniel Alves era um filho querido. Era difícil brigar com ele. O lateral gostava de inovar nos presentes que costumava dar à mãe. Sem dinheiro, uma vez ele escreveu uma carta e entregou à dona Maria Lúcia. Tinha 13 anos.


- Ele sempre queria me dar os melhores presentes. Queria me dar as melhores coisas. Em um Dia das Mães, ele escreveu essa carta para mim: “Mãe, esse nome para mim é símbolo de vida, de amor. Devemos tudo isso a ela. Por estar aqui neste mundo maravilhoso. Por isso devemos muito a ela. Nós não devemos magoar a nossa mãe. E sim cuidar dela igual ela cuidou da gente. Ou melhor. Mãe, feliz Dia das Mães. Do seu filho, Daniel” – relembrou Maria Lúcia.


Mas não foram apenas as cartas que marcaram as datas festivas para Maria Lúcia. Dois anos depois, um novo presente. Desta vez, marcado na pele. Fiel aos seus princípios, Seu Domingos costumava impor alguns limites aos filhos. Tatuagens e brincos eram proibidos na família. Mesmo assim, o garoto não se importou com a bronca do pai e quebrou as regras.


- O Daniel foi jogar no Bahia e quando chegou aos profissionais me ligou pedindo uma foto de nossa mãe. Em sua volta para casa, ele foi logo mostrando o desenho para a família. A minha mãe aprovou, e o meu pai não falou nada. Alguns dias depois, coloquei o brinco – relembrou Júnior.


- Foi um presente que quis dar pela admiração que tenho por ela. Não sabia direito o que fazer, mas queria que fosse algo que ficasse marcado pelo resto da vida. Tinha uma foto e levei para fazer uma tatuagem.


A ida para o Bahia aconteceu por meio do técnico José Carlos Queiroz. Ele treinava o Juazeiro, mas foi chamado para trabalhar no time da capital. Queria levar o zagueiro Ney junto, mas o clube não o liberou. Então, o técnico pediu pelo irmão mais novo: Daniel Alves.

Aos 15 anos, ele foi morar nos alojamentos do Bahia. Estava no juvenil. E sofreu muito com a cidade grande. Tudo era novidade. Era preciso ficar esperto rapidamente para sobreviver.


- Nas divisões de base você tem que ter cuidado com as coisas. Eu tive essa infelicidade (de ser assaltado). Mas rapidinho eu aprendi e passei a ter mais cuidado com as coisas. Porque o pessoal lá era bastante ligeiro (risos) – lembra Daniel Alves, que teve o armário do alojamento roubado.

- Levaram a roupa que eu tinha (risos). Eu tinha levado uma praticamente e a do corpo. Usava uma e lavava a outra. Aí levaram uma e eu tive que me virar.

Se a história gera risos atualmente, na época deixou Daniel Alves assustado. Ele pensou em desistir e voltar para o interior da Bahia.

- Ele me ligou e falou que pensava voltar. Ele queria desistir e vir embora. Roubavam as roupas dele e ele não tinha mais nada. Mas o objetivo sempre era maior – lembra o irmão Ney.


A chegada aos profissionais caiu do céu. Daniel Alves se preparava para uma viagem com o time de juniores quando recebeu a notícia de que seria integrado aos profissionais. Os dois laterais do time tinham se machucado.


- Eu ia jogar a Copa Nordeste da categoria, em Recife. Arrumava as minhas coisas para viajar. E veio o coordenador me avisar que eu não iria e deveria me apresentar ao técnico Evaristo (de Macedo) nos profissionais. Mas como as pessoas lá sempre brincavam assim e ele veio me falar isso rindo, pensei que era brincadeira. E continuei arrumando a minha mala pensando... “pô, para de sacanagem... não se brinca com essas coisas”.

E ele falando que era verdade, que era verdade. Até que veio outra pessoa confirmando a história. E quando cheguei lá tinham machucado os dois laterais (titular e reserva) e o Evaristo me disse que iria me colocar.


A estreia nos profissionais foi contra o Paraná, na reta final do Campeonato Brasileiro de 2001. Não poderia ter sido melhor. Vitória por 3 a 0, com o lateral sofrendo um pênalti e dando um passe para outro gol. No fim da partida, escutou os torcedores gritando: "Ah! Ah! Ah! Daniel é titular".

- Deu tudo certo. Dei uma assistência e sofri um pênalti. Foi perfeito para mim.
Daniel Alves, finalmente, passou a usar as diversas assinaturas que testava na infância. Desde aos seis anos, o garoto treinava em casa como seria dar autógrafos.


- Nunca imaginei que iria passar por isso. Ficava treinando como eu iria fazer (risos). São coisas interessantes da vida da gente – disse Daniel Alves.


Hoje, o ensaio nas paredes da pequena casa onde a família Silva vivia passou a figurar em centenas de papéis, fotos ou agendas que o jogador costuma assinar após os treinos do Barcelona ou da seleção brasileira. Para o lateral, os fãs merecem a atenção que ele, quando criança, não teve de alguns profissionais da bola.

- Para mim não é chato porque eu estive do outro lado. Eu admirava muitos jogadores de futebol e eu sempre pedia (autógrafos). Quando eles não me davam eu ficava chateado. Como eu vivi o outro lado da moeda eu não tenho problema. Às vezes tenho um pouco de pressa porque tenho outros compromissos e não dá para atender a todos. Mas normalmente sempre paro para todos – contou o jogador.

Após muitos testes quando garoto, ele aperfeiçoou o autógrafo e passou a escrever apenas Dani Alves, como é conhecido na Espanha. Além disso, a assinatura ainda ganhou uma identidade. Dentro da letra “D”, o lateral costuma colocar um rosto e finalizar com o número 2, camisa que veste no Barcelona.






Da terra da carranca para o mundo

O ano de 2003 foi marcante na carreira de Daniel Alves. Após a conquista do Mundial sub-20 com a seleção brasileira, competição na qual foi eleito o terceiro melhor jogador, ele foi contratado em definitivo pelo Sevilha, que pagou US$ 500 mil (cerca de R$ 900 mil) ao Bahia. Foi nessa época que o jogador ligou para o irmão Júnior e pediu a sua presença na Espanha.


- O Daniel pediu para eu tirar o passaporte porque eu iria morar com ele na Espanha. No entanto, ele me deu um dia para pensar se eu gostaria de morar na Europa ou fazer faculdade. Preferi ficar em Salvador e estudar. Estou quase me formando. Era o meu sonho – contou Júnior.

No Sevilha, Daniel Alves conquistou a Liga Europa em duas oportunidades (2005/2006 e 2006/2007), a Supercopa da Espanha (2007), a Supercopa da Uefa (2006) e a Copa do Rey (2006/2007). Em 2006, o jogador prorrogou o seu contrato até meados de 2012. Porém, dois anos depois, a saída foi inevitável. O Barcelona pagou € 35 milhões (cerca de R$ 76 milhões) pelo lateral-direito.






No Camp Nou, Daniel Alves conquistou todos os títulos possíveis. Rapidamente, ele se tornou titular e parceiro de Lionel Messi, principal jogador do clube catalão. Ele levantou as seguintes taças em pouco mais de dois anos de Barcelona: Campeonato Espanhol (2008/09 e 2009/2010), Copa do Rey (2008/2009), Liga dos Campeões (2008/2009), Supercopa da Espanha (2009), Supercopa da Uefa (2009) e o Mundial de Clubes da Fifa (2009).

Na seleção brasileira, Daniel Alves só teve oportunidades com o técnico Dunga. O lateral-direito participou de 34 jogos e marcou três gols (um na final da Copa América, em 2007, contra a Argentina, na Venezuela; um na semifinal da Copa das Confederações, em 2009, na África do Sul, diante dos donos da casa; e o outro no duelo com o Uruguai, no ano passado, pelas eliminatórias, em Montevidéu).


"Nunca imaginei que iria jogar na Europa, em um dos maiores clubes do mundo, em conquistar tantos títulos. Tive que superar muitas dificuldades para estar onde estou. Por isso valorizo muito tudo o que tenho na vida." Daniel Alves


No gol diante dos sul-africanos, Daniel correu para cobrar a falta na entrada da área. Segundo ele, o lance foi disputado por vários companheiros de equipes.

- Quando saiu a falta fui correndo pegar a bola. Essa é minha, ninguém tira. E fiquei muito concentrado. Por isso aquela cara feia. Sabia que era a hora. O jogo estava muito difícil. E graças a Deus fiz o gol e nos classificamos para a final - revelou.

Como não poderia deixar de ser diferente na família Silva, a cara feia do lateral gerou brincadeiras entre os irmãos.


- Cara de vampiro baiano (risos). Foi concentração mesmo. Nunca o vi tão focado em um lance como naquela falta. Ele sempre foi um cara iluminado. Estava no lugar, na hora certa. E quando as oportunidades surgem, ele não deixa passar. O Daniel dá tudo como se fosse a única oportunidade – contou.

Ney, inclusive, largou o futebol para se dedicar à música. Ao lado de um parceiro, ele gravou algumas canções e apostou no sertanejo da dupla Vítor e Léo. E é justamente o ritmo que vai servir de trilha sonora para a história que Daniel Alves vai tentar escrever a partir do dia 11 de junho na África do Sul.








Fonte: Globoesporte.com

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Fierro acredita que Chile pode derrotar principais seleções da Copa


Chileno declara: 'Se começarmos bem, teremos chances de vencer a Espanha'


Convocado pelo técnico Marcelo Bielsa, Gonzalo Fierro tem um objetivo: jogar de igual para igual contra grandes equipes. Assim terá que se comportar a seleção chilena se quiser chegar longe no Mundial. Tendo como adversários na primeira fase Honduras, Suíça e Espanha, a equipe tem grandes chances de jogar contra o Brasil nas oitavas de final, caso se classifique em segundo lugar no grupo H e a seleção de Dunga passe de fase na primeira colocação do grupo G.


Pensando ainda na fase de grupos Fierro demonstra confiança:

- O futebol do Chile cresceu muito, temos bons jogadores e uma comissão técnica que qualquer seleção do mundo gostaria de ter. Se começarmos bem a Copa, teremos chances de vencer a Espanha. E, caso tenhamos o Brasil pela frente, será uma oportunidade que o Chile terá para provar que pode bater grandes seleções - explicou o meia.


Motivado com a convocação, Fierro lamentou a exclusão de Maldonado na lista de Bielsa. Para ele, o meia do Flamengo era nome certo na relação dos que vão à Copa:

- Fiquei bastante triste, porque é um jogador que conheço há muito tempo e com quem treino há mais de um ano. Ele se dedica muito nos treinamentos e queria muito ir à Copa. Mas, de qualquer forma, ele vai dar continuidade na carreira e apoiará a seleção chilena – disse Fierro.

O Chile estreia no dia 16 de junho contra a seleção de Honduras. Depois os chilenos enfrentam Suíça e Espanha.


Fonte: Globoesporte.com



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Kléberson alerta para dificuldades do Brasil na primeira fase da Copa


Meia do Flamengo acredita na conquista do hexacampeonato mundial


Campeão mundial pela seleção em 2002, Kléberson está na criticada lista de Dunga para a Copa do Mundo. Feliz por ter a chance de conquistar o segundo mundial da carreira, o meia se diz preocupado com os adversários que o Brasil terá pela frente no início da competição. As seleções de Cristiano Ronaldo e Didier Drogba são as que oferecem maior perigo na opinião do jogador:


Nosso grupo é difícil. Portugal é uma grande equipe e a Costa do Marfim vem fazendo bons jogos – disse o meia.


Kléberson foi titular nos três jogos finais em 2002, contra Inglaterra, Turquia e Alemanha. A experiência do atleta lhe dá tranquilidade para pensar na dificuldade de vencer o Mundial:


- Temos de vencer esse desafio por partes. Na estreia, haverá muita gente nos observando e precisamos de uma boa vitória para dar tranquilidade. Depois, vamos ganhando confiança e entrosamento. É preciso ir passo a passo – explicou.


Quanto aos nomes presentes na relação do técnico Dunga, Kléberson apenas lamentou a ausência do companheiro de clube Adriano:

- Sou amigo do Adriano e queria que ele estivesse com o grupo, mas foi uma opção que o técnico teve. São apenas 23 (convocados) e o país tem muitos bons jogadores que também poderiam ir para a Copa – afirmou o jogador.


A 32 dias da estreia brasileira no Mundial contra a Coreia do Norte, Kléberson faz uma previsão:

- O mais importante é que esse é o grupo que irá trazer o hexa para o Brasil – declarou.




Fonte: Globoesporte.com
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Maicon, um "Pingo de Gente" abençoado na seleção brasileira

Lateral supera trauma na infância e vai disputar a primeira Copa do Mundo. Jornal Nacional exibe série especial sobre convocados por Dunga

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
O nome era para ser de rei! Rei de Roma: Paulo Roberto Falcão. Mas acabou virando de astro de cinema. Meio aportuguesado, é verdade: Maicon Douglas Sisenando. Para os íntimos, Pingo. Um jogador preparado para brilhar desde os primeiros minutos de vida. O pai, Manoel, apelou para a crença por via das dúvidas. Quando Maicon e o irmão Marlon nasceram, ele pegou os cordões umbilicais e enterrou no campo do estádio Santa Rosa, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.
- Falar essa história é meio complicado porque todo mundo vai querer fazer igual. É uma história legal porque deu certo. Se não tivesse dado ninguém ia contar (risos). Ele ali deve ter feito uma reza para que um filho tivesse sucesso no futebol. Ele plantou mesmo um jogador (risos) - disse Maicon em entrevista ao repórter Tino Marcos, da TV Globo.
Clique no vídeo acima para assistir à reportagem do "Jornal Nacional". Esta é a segunda de uma série de matérias especiais sobre os convocados por Dunga para a Copa do Mundo de 2010.
Leia aqui a primeira reportagem da série, sobre o goleiro Julio Cesar
Era dia 27 de julho de 1981. Manoel Sisenando, então zagueiro do Novo Hamburgo, caminhou até o centro do gramado e abriu um pequeno buraco para enterrar os cordões umbilicais dos filhos que tinham acabado de nascer. Fez uma oração e pediu que pelo menos um virasse um grande jogador de futebol. A ideia partiu da esposa Anísia, que ainda estava internada no antigo Hospital Operário. Só depois, ele foi registrar os filhos.
- A gente era fã de cinema. E eu queria colocar o nome de Michael Douglas, já que o adorava como ator. O meu marido era fã de um jogador do Internacional e queria colocar o nome do outro de Paulo Roberto Falcão. Mas aí eu falei que não. Tá louco? Ele pensou. E falou que, então, iria colocar Marlon Brando, que era outro ator que a gente gostava - lembra Dona Anísia.
Mas ao chegar ao cartório de Novo Hamburgo, uma surpresa. E Manoel precisou mudar os planos em cima da hora, sem muito tempo para pensar.
- Queria registrar os garotos como Maicon Douglas e Marlon Brando, mas o pessoal lá não deixou eu colocar o Brando no nome. Então o nome do meu outro filho ficou Marlon. Foi aí que eles tiraram a sorte do Marlon (risos) - disse Manoel, que estava viajando com o Novo Hamburgo na hora do parto e só chegou à maternidade para conhecer os gêmeos no dia seguinte.
Maicon não reclama da escolha dos pais. Garante que acha o nome legal. Mas preferiu não repetir a fórmula com os filhos. Escolheu algo mais tradicional. A filha do lateral se chama Marcela. E o filho, Felipe.
- Gosto do meu nome, amo o meu nome. Mas não colocaria em outra pessoa, não (risos).
ARQUIVO PESSOAL DE MAICON
Maicon bebê
Maicon ao lado do irmão gêmeo Marlon na infância
Maicon pequeno com família
Maicon e Marlon no colo dos pais
Maicon, começo de carreira
Maicon no início de carreira
Maicon posa com o time do Criciúma
Jogando nas divisões de base do Criciúma
Maicon com amigos
Maicon em família
Maicon em casa, ainda criança
Maicon mostra com orgulho a chuteira
Os nomes famosos só confundiram o avô. Por isso, ele resolveu simplificar. Nada de Maicon ou Marlon. Na casa dos Sisenandos era "Pingo" e "Fofo".
- Meu avô que colocou esse apelido (Pingo). Ele não sabia pronunciar direito o meu nome. Ele já estava com uma certa idade. E como eu era menor ele passou a me chamar de "Pingo" (de gente). Já o meu irmão que era um pouquinho mais forte virou Fofo. O fato é que no meu bairro ninguém me chama pelo meu nome. Todo mundo fala Pingo porque é como eu cresci e como as pessoas me conhecem por lá.
O meu bairro em questão é Vila Zuleima, em Criciúma, Santa Catarina. A família Sisenando se mudou para lá quando Maicon e Marlon estavam com dois anos. Perto de casa havia um campinho onde os gêmeos deram os primeiros chutes. Manoel, que foi lateral do Blumenau nos anos 80 e precisou abandonar a carreira mais cedo por causa de uma contusão, logo virou um professor para os filhos no mundo da bola.
- Todos os fundamentos do futebol eu aprendi dentro de casa. É bom porque a pessoa que está te ensinando faz tudo com amor e carinho. Quando o meu pai voltava do serviço a gente já o esperava no campinho. Porque sabia que ele passaria por ali. Seu Manoel é um bom treinador. Afinal deu certo. Estou jogando bem, em um clube grande, na seleção brasileira - brinca Maicon.
- Sabia que um dos dois daria jogador de futebol. O pai quando joga bola sempre vai querer que um filho siga o mesmo caminho - disse Manoel.
Além disso, Maicon foi criado de uma forma, vamos dizer, especial para ter um físico avantajado. É quase um segredo de família.
- Ele foi criado na "papinha". Então, quando tu é criado na papinha, você não tem lesão, não tem nada, vai jogar o resto da vida (risos) - completou o pai.
O maior susto da vida
Ele estava com chinelo de dedo, escorregou e caiu debaixo de um carro. Pensei que o carro tinha passado por cima do Maicon"
Manoel, pai de Maicon
Aos dez anos, porém, um grande susto. Maicon chegava da rua com a mãe e foi pegar a chave de casa com o pai, que estava com amigos em um bar. Mas, apressado, saiu correndo, caiu no meio da rua e foi atropelado por um caso que passava. Desespero. O drama batia novamente na porta de Seu Manoel e Dona Anísia.
- Lembro perfeitamente de tudo. Na pressa de chegar em casa para brincar eu acabei saindo correndo pela rua e cai na frente de um carro. E a minha mãe, de longe, viu tudo. Ela ficou muito nervosa. Meu pai me pegou na hora no colo. Ficou todo mundo assustado porque eu já tinha perdido um irmão por atropelamento. Então foi um choque. Eles não queriam perder outro filho da mesma forma. O meu pai começou a chorar e perguntar se eu estava vivo. E eu falava “pai, tá tudo bem, não aconteceu nada, estou inteiro”. Mas ele não escutava. Ali eu vi a tristeza deles - lembra Maicon.
Antes de Maicon nascer, o casal Sisenando enfrentou uma tragédia. O filho mais velho morreu em um acidente de trânsito. Elton Luis tinha apenas oito anos quando um caminhão bateu em sua bicicleta. Foi socorrido, mas faleceu no hospital. Anísia sofria de problemas de saúde e foi aconselhada pelos médicos a evitar uma nova gravidez. O casal já tinha uma filha, Erla Carla. Mas ela preferiu arriscar. E só na hora do parto descobriu que esperava não apenas mais um filho, mas dois meninos. Marlon nasceu cinco minutos antes de Maicon.
- Quando vi o Maicon caindo eu gritei, gritei, gritei. Pensei... perdi outro filho. Mais um, não. Eu não vou aguentar. E o sangue escorria da perna dele. E eu pensava que não poderia ter outra tristeza no meu coração - lembra Dona Anísia, que estava grávida de oito meses na época e perdeu a criança.
- Não foi por causa disso (do susto). Eu não estava mais com tanta saúde - garante.
NA SELEÇÃO BRASILEIRA
52 JOGOS, sendo 44 sob o comando de Dunga.
4 GOLS, Uruguai e Argélia em 2007, Portugal em 2008 e Estados Unidos ano passado foram as vítimas do lateral
Mas Maicon perdeu as forças nas pernas. Não andava mais. Era psicológico.
- Para eu ver televisão o meu pai tinha que me pegar no colo e me levar até o sofá. E para eu dormir ele tinha que me pegar no sofá e me levar para cama. Eu não conseguia me mover. E claro ficou aquela tensão toda para saber se eu ia andar ou não. Ficava a expectativa... será que vai ficar travado, que não vai conseguir mais andar? - disse Maicon.
Unida, a família se recuperou do susto. Aos 13 anos, Maicon foi treinar no Grêmio, em Porto Alegre. Jogava como meio-campo. Mas foi dispensado depois de alguns meses. O treinador alegou que ele não tinha força física. O gêmeo Marlon também tentou seguir a carreira como zagueiro, mas não teve sucesso. Virou professor de Educação Física.
- Foi algo muito triste ser dispensado. Cheguei em casa chorando porque eu não queria decepcionar a minha família. Queria ficar no Grêmio e começar a minha carreira ali. Não deu certo, mas surgiu uma oportunidade no Criciúma.
O pai Manoel foi quem abriu as portas no clube catarinense. Tinha alguns contatos no Criciúma. Logo ele também virou treinador do filho no juvenil. E foi responsável por uma grande mudança de rumo da carreira de Maicon.
- Um dia a gente foi fazer um amistoso em Gravataí, no Rio Grande do Sul, e o nosso lateral acabou machucando. O meu pai me falou que eu iria jogar na lateral direita porque eu não ia dar certo no meio-campo. Ele disse que eu não tinha um giro muito rápido e achava que seria melhor eu sempre pegar a bola de frente. Ele tinha razão.
Não demorou para o Cruzeiro se interessar pelo promissor garoto. E aceitar pagar R$ 1,8 milhão por Maicon antes mesmo de ele se profissionalizar. A partir dali tudo aconteceu rápido. Convocado para o Pré-Olímpico de 2003, fez um gol histórico contra o Paraguai. Saiu driblando meio time desde o campo de defesa. Até o goleiro ficou no chão.
- Foi um momento muito importante na minha vida. Aquele gol abriu as portas para mim. Depois eu me transferi para a França - disse o lateral.
- Eu vendo na televisão só mandava ele tocar (risos). Larga a bola, larga a bola. Mas ele só ia, passava por um, por outro. E fez um gol daqueles (risos) - lembra o pai Manoel.
- Quando ele fez aquele gol, nossa... eu me joguei no chão e gritei muito. Mas como eu gritei aquele dia, eu só gritava, gritava e chorava - lembra a mãe.
Sucesso no mundo da bola
Maicon comemorando gol pela Internazionale
Maicon comemora um gol pelo Inter no Italiano
Maicon vibrando na Seleção Brasileira
Maicon também já vibrou com um gol na seleção

Logo Maicon se transferiu para o Mônaco, da França. E lá começou um gosto curioso. Dono da camisa 2 da seleção brasileira, o lateral tem uma queda pelo número que tanta sorte deu a Zagallo. Agora, tudo na família Sisenando está ligado ao 13. Até as placas do carro.
- Tudo começou no Cruzeiro. Fui inscrito com a 13 na Libertadores porque eu era reserva do Maurinho. E quando cheguei ao Mônaco tinham os números livres para eu escolher. Quis o 13 e me falaram que era um número que dava azar. Mas eu falei que não, que iria pegar a 13 para mostrar que não tinha nada disso. E foi assim. Joguei pra caramba lá. Aí quando vim para o Inter, o Zé Maria tinha ido embora e só sobrou a camisa 13. Então vesti aqui também. Posso dizer que para mim não dá azar, dá é muita sorte (risos).
Maicon vai disputar a primeira Copa do Mundo. Apesar de ter participado das conquistas da Copa América de 2004 e da Copa das Confederações de 2005, o lateral não foi chamada para defender a seleção na Alemanha, em 2006. Perdeu a vaga para Cicinho.
Ele é humilde. Isso que mais me encanta nele. É atencioso com toda a família."
Anísia, mãe de Maicon
Mas com a aposentadoria de Cafu, virou titular absoluto na seleção sob o comando de Dunga. E conquistou o bi da Copa América de 2007 e da Copa das Confederações de 2009. Maicon é o terceiro jogador mais utilizado por Dunga, atrás apenas de Robinho e Gilberto Silva.
- O grupo está unido e pronto - garante.
Maicon está afinado. Não só com a bola nos pés. O lateral também tem, na ponta da língua, uma música especial. "Moleque Atrevido", de Jorge Aragão. Adora o trecho: "Não se discute talento / Mas seu argumento, me faça o favor / Respeite quem pode chegar / onde a gente chegou / E a gente chegou muito bem / Sem a desmerecer a ninguém / Enfrentando no peito um certo preconceito / e muito desdém!".
- Essa música ficou gravada na minha memória. Fazia sucesso quando marquei aquele gol contra o Paraguai. É algo que vai ficar marcado para sempre na minha vida. A música fala de uma pessoa atrevida, que quer fazer uma coisa diferente. E as outras pessoas não acreditam que ele poderia fazer aquilo.
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A história de 'Cesinha', o camisa 1 da seleção brasileira na África do Sul

Perfil do goleiro Julio Cesar é o primeiro exibido pelo Jornal Nacional. Até o dia 7 de junho você vai conhecer no telejornal a trajetória dos 23 escolhidos por Dunga para lutar pelo hexa na Copa do Mundo da África do Sul

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Normalmente o pai é o grande incentivador e responsável pelo início da carreira do filho no futebol. É ele quem passa a paixão por um clube, quem leva aos estádios, quem incentiva nos primeiros treinos das divisões de base. Mas com Julio Cesar, a história foi um pouco diferente. Considerado um dos melhores goleiros do mundo, o camisa 1 da seleção brasileira parte para a segunda Copa do Mundo. A primeira como titular. Graças à dedicação da mãe Fátima.
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A voz de Julio Cesar até ameaça sumir no momento em que lembra como a mãe foi importante no início da caminhada no futebol. Ele precisa fazer uma pausa. O goleiro que cresce para cima dos adversários, que faz os 7,32m do gol ficarem pequenos, é também uma pessoa sentimental. Não tem vergonha de se emocionar. Assim como Dona Fátima ao recordar dos tempos difíceis.
- Ele tinha que chegar às 7h da manhã na Gávea para treinar. Sempre o acordava 6h e ele levantava meio sonolento. Era cedinho. O chuveiro que o acordava mesmo. E eu sempre levava uma marmita no carro porque após o treino ele ia direto para a escola. Ele só tinha tempo de almoçar dentro do carro mesmo. Era tudo assim na correria – lembra Dona Fátima, que muitas vezes precisava jogar um pouco de água no rosto do filho para tirá-lo da cama.
- Tenho uma ligação muito grande com a minha mãe. Ela sempre esteve ao meu lado. Se eu estou onde estou devo praticamente tudo a ela. Ela sabe disso. E acho que hoje ela tem muito orgulho dos filhos – disse o goleiro em entrevista ao repórter Tino Marcos, da TV Globo.
Filhos. No plural. Uma mostra de como a família Espíndola é unida. Julio Cesar é o caçula da casa. Ele tem outros dois irmãos. Janderson é quatro anos mais velho. Também seguiu pelo mundo da bola, mas teve menos sucesso. Era atacante, mais conhecido como Espíndola. Revelado pelo Botafogo nos anos 90, quando era chamado de Pardal, foi campeão brasileiro pelo Vasco em 1997. Mas ganhou as manchetes mesmo quando fez um gol no irmão famoso da família no Campeonato Carioca de 2001 em um jogo entre Bangu e Flamengo.
80% da carreira do meu irmão se deve a minha mãe. Ela o acordava com água gelada no rosto. Ele não queria levantar e ela o obrigava  a ir treinar. "
Júnior Espíndola, irmão de Julio Cesar
Júnior, um ano mais velho, é o outro irmão. Não seguiu o mesmo caminho. Encontra com a bola só nas peladas com os amigos. Mas foi o responsável pelo nascimento da paixão de Julio Cesar pelo futebol. Primeiro nas brincadeiras nos fundos da casa em que moravam na Penha, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. Duas cadeiras serviam como traves. E, muitas vezes, as meias garantiam a diversão. Elas eram enroladas como bola. E também substituíam as luvas nas mãos do pequeno Julio Cesar.
- Até que um dia ele chegou e falou que queria ganhar uma luva de “goreiro”. Ele nem sabia falar ainda direito (risos) - lembra Dona Fátima.
Depois, o irmão Júnior também contribuiu para o início da carreira de Julio Cesar. O velho ditado não diz que todo bom goleiro precisa também de um pouco sorte? Foi mais ou menos assim. Tudo começou por acaso.
- Eu cheguei ao Grajaú (Country Club) uma tarde para jogar bola com o meu irmão. Aquele gol a gol na quadra, de chutar de um para o outro. Mas aí faltou um jogador que era federado no pré-mirim e me chamaram para completar o time. Nunca tinham me visto em lugar nenhum. E era justamente o goleiro que não tinha ido. Fui jogar, mas sem pensar em nada. Queria só me divertir. Mas aí depois me perguntaram se eu gostaria de fazer um teste para começar a jogar pelo Grajaú. Morava no subúrbio da Penha. Minha parada era só rua, futebol de rua, futebol de esquina. O carro vinha e a gente falava “carro”. Aí todo mundo parava no lugar, esperava o carro passar e a gente continuava (risos) – lembra Julio Cesar.
ARQUIVO PESSOAL DO GOLEIRO JULIO CESAR
Julio Cesar criança com os amigos Goleiro Julio Cesar, ainda criança
Julio Cesar e família, ainda na infância Julio Cesar em passeio no Cristo Redentor
Julio Cesar, jovem, com traje da seleção brasileira Julio Cesar na época das divisões de base
Depois daquele dia, o goleiro não parou mais de crescer no futebol. Ganhou tudo o que disputou no salão do Grajaú. A faixa de tetracampeão estadual é guardada até hoje por Dona Fátima em uma sacola com dezenas de outras. Até que veio a chance de fazer um teste no Flamengo, o clube do coração, em 1992. Ricardo Vandejão, técnico do Grajaú na época, fazia um estágio na Gávea quando soube de Liminha, ex-jogador rubro-negro, que o clube estava atrás de um goleiro de 1979. Julio Cesar havia nascido em 3 de setembro daquele ano. Não demorou para ir fazer um teste.
- Quando soube que iria fazer teste no Flamengo não acreditei. A família é toda flamenguista. Fiz uma semana de experiência. Nossa, foi horrorosa (risos). O gol era bem maior do que o de futebol de salão. Então corria atrás da bola, gol. Corria atrás da bola, gol. No futebol de salão o gol era pequeno. Só pulava no lugar. Não fazia aqueles saltos necessários no campo – disse Julio Cesar.
- Ele chegava em casa e falava: “mãe, não vou ser aprovado, não. O gol é muito grande. Tudo o que chuta entra” (risos) – lembra o pai Jenis.
Mas após ser bombardeado pelos outros garotos e buscar muitas bolas na rede, veio o alívio.
- Pensei que não ia passar. Mas o primeiro nome dos aprovados que falaram foi o meu. Cheguei em casa fazendo festa e gritando: “mãe passei, mãe passei!” - lembra o goleiro.
Caminho complicado até os profissionais
Escutei muito ele brincar de bola em casa e gritar “Taffarel” após cada defesa. Era o ídolo dele "
Jenis Espíndola, pai de Julio Cesar
Depois do entusiasmo, a dura realidade. Com a rotina de treinos, Julio Cesar não tinha mais tempo para nada. Ia para o Flamengo pela manhã, depois seguia direto para o colégio e, no fim da tarde, jogava  futsal no Grajaú. Algo puxado para um garoto de 13 anos. Foi quando entrou em cena o apoio e a determinação da mãe.
- Eu não gostava muito de futebol de campo. Curtia mais o futebol de salão. Mas ela me acordava cedo para me levar para treinar no Flamengo. Era muito cansativo. Queria largar. Eu levantava por volta das 6h da manhã e chegava em casa às 22h todo destruído. Tinha que escolher um ou outro. E falava (para a mãe) que queria o futebol de salão. Mas aí às 6h da manhã do dia seguinte ela vinha e me acordava de novo! (risos). Era brabo – disse Julio Cesar.
A mãe Fátima nasceu em Pernambuco, mas foi levada pela família para o Rio de Janeiro aos dois meses. Foi registrada em Piabetá, no município de Magé. Conheceu o marido Jenis aos 14 anos. Teve uma vida difícil, mas com muita luta criou os três filhos. Uma dedicação capaz de não deixar o caçula desistir do sonho de jogar no Flamengo.
- Após o primeiro dia de treino ele chegou para mim chorando “mãe eu não vou mais porque estou todo dolorido”. E eu falei “filho você fez o teste e passou. Vai perder uma oportunidade dessas?” – lembra Fátima, que precisou ficar ainda um bom tempo incentivando o filho a continuar lutando.
- Para levantar era um sufoco. E eu falava “não filho, vamos sim”. Passava um tempo e ele falava “mãe, esse gol é muito grande. Quando eu penso que a bola está ali, ela já passou”. E eu respondia “meu filho, com o tempo você vai se acostumar”.
Julio Cesar, então, precisou escolher. E largou o futsal para se dedicar só ao Flamengo. Mas a separação foi difícil. Certa vez foi chamado para participar de uma competição intermunicipal pelo Grajaú. Pediu permissão na Gávea para jogar. Foi liberado e, mais uma vez, campeão. Mas a felicidade logo acabou ao retornar ao Rubro-negro. Veio a surpresa. Foi colocado para treinar separado e descobriu que seria dispensado. Ficou arrasado.
- A sorte foi que eu encontrei o Isaías Tinoco no aeroporto e contei a história. Não estavam agindo certo com o Julio, mas o Isaías me acalmou e falou para ele ir treinar normalmente que nada iria acontecer – recorda o pai Jenis.
Julio cesar pelo flamengoJulio Cesar no Flamengo (Foto: Divulgação)
Problema resolvido, Julio Cesar rapidamente virou uma promessa no Flamengo. Ele sempre foi “apressado”. Nasceu prematuro com sete meses e 18 dias. Deu um susto na mãe Fátima quando deu os primeiros passos já aos oito meses. E aos 17 anos, estreava como profissional no gol do rubro-negro. O dia é inesquecível para a família: dia 13 de maio de 1997. Entrou na fogueira contra o Palmeiras em um jogo decisivo da semifinal da Copa do Brasil após o titular Zé Carlos se machucar. Fechou o gol e o Flamengo se classificou para a final.
No jogo seguinte, em um Fla-Flu, Julio Cesar não evitou a derrota, mas defendeu um pênalti na partida. Foram dez jogos nos profissionais, seis gols sofridos e o título da Copa dos Campeões Mundiais. Mas o Flamengo achou melhor contratar Clemer junto a Portuguesa para o início do Campeonato Brasileiro. E Julio Cesar voltou a se dividir entre a reserva e os juniores para não perder o ritmo.
- Na época como pai você deixa a emoção falar. Mas o Flamengo não agiu errado quando não deixou o Julio César começar o Brasileiro e trouxe o Clemer – disse o pai Jenis.
O Baixinho (Romário) foi o melhor atacante que já enfrentei. Ele enchia o saco"
Julio Cesar
Foram só cinco jogos entre os profissionais em 1998. Nenhum em 1999. E ainda precisou viver uma situação embaraçosa com Romário.
- Ele não vai lembrar disso (risos). O Romário apostava na época no rachão com todos os outros jogadores. E calhou de eu cair no gol do time dele. Eu tinha tomado uns gols meio esquisitos lá. Aí ele ficou "p" da vida e foi lá no gol e falou “sai”. Aí me tirou do treino. Vou fazer o quê? Hoje dá para pegar o Baixinho. Estou maior do que ele. Naquele época não dava (risos). Mas o Baixinho é gente boa.
Mas em 2000 finalmente chegou a hora do jovem goleiro. Julio Cesar ganhou uma chance e não saiu mais do time. Titular do clube de maior torcida do Brasil logo aos 21 anos. Algo improvável para um goleiro, normalmente valorizado pela experiência.
Um dos heróis do tricampeonato estadual de 2001, Julio Cesar sofreu com campanhas ruins nos Campeonatos Brasileiros. Mas escapou das críticas em todas. Com demonstrações de amor ao clube e defesas milagrosas logo tornou-se ídolo. E retribui o carinho da torcida até hoje mesmo morando há seis anos na Itália.
- Ele é roxo. É flamenguista mesmo. Tudo o que acontece ele sabe – garante o pai Jenis.
- O Brasil havia acabado de vencer os Estados Unidos por 3 a 2 e conquistado a Copa das Confederações e ele pegou o telefone meia hora depois do jogo para me ligar. “Júnior... como é que está o Flamengo?”, ele perguntou... Era Fla-Flu naquele dia. E eu falei “cara, vai comemorar, você acabou de ser campeão” (risos) – lembra o irmão Júnior.
Amadurecimento e seleção brasileira
A história de Julio Cesar na seleção brasileira começou de forma dolorosa. Em 2002, o goleiro sonhava ser chamado como terceiro goleiro para a Copa do Mundo. Ele tinha sido convocado duas vezes para amistosos contra Bolívia e Arábia Saudita. Mas, na hora H, Felipão preferiu Rogério Ceni, que estava então com 29 anos.
- Ele tinha a esperança de ser chamado. Quando não foi convocado começamos a andar no condomínio que morávamos no Recreio. Ele estava com aquele semblante de choro, mas ele segurou. Procurou não passar a tristeza – lembra Júnior.
Com o baque, Julio Cesar amadureceu. Passou a controlar mais o temperamento, que era inflamado e rendia críticas. O psicólogo do Flamengo Paulo Ribeiro considera que a decepção foi o primeiro passo para o goleiro virar um profissional mais cabeça e menos coração. As atitudes imaturas do início da carreira aos poucos foram ficando no passado. O casamento com a modelo e atriz Susana Werner também contribuiu para o surgimento de um "novo Julio Cesar".
ARQUIVO PESSOAL DO GOLEIRO JULIO CESAR
Julio Cesar a filha vibram com a camisa do Flamengo Goleiro Julio Cesar andando de metrô em Nova York
Julio Cesar curte a neve com mulher e os filhos Julio Cesar e amigo Luis Figo, com as respectivas 
esposas
Julio Cesar e a esposa, Susana Werner, em Nova York Julio Cesar passeia com a família de lancha
Os dois se conheceram quando ela era apresentadora do programa Surreal, do SporTV. Julio Cesar foi convidado para participar uma vez e se encantou com a beleza de Susana Werner. O namoro não demorou para começar. O casamento aconteceu em abril de 2002, na Igreja da Candelária. Cauet, o primeiro filho, veio logo em seguida, em 2003. O casal tem hoje também uma filha, Julia.
A entrada de Susana Werner na vida do goleiro também mudou os seus hábitos. Ele ficou mais caseiro, esqueceu as boates e passou a gostar de programas não tão comuns na vida de jogadores de futebol como apreciar um bom fondue, jogar golfe e tocar piano. Na Itália, Julio Cesar tem aulas semanais e já aprendeu, por exemplo, o “Tema da Vitória”, imortalizado com Ayrton Senna.
A primeira chance de jogar na seleção brasileira surgiu em 2004, na Copa América. Julio Cesar brilhou e foi um dos destaques da conquista em cima da Argentina. As atuações seguras chamaram a atenção do técnico Roberto Mancini, que o levou para o Inter de Milão, da Itália, em 2005. Mas o que era um sonho se transformou na fase mais difícil da carreira.
Como o Inter já tinha esgotado a cota de estrangeiros, ele não pode ser registrado. Julio Cesar foi, então, emprestado ao Chievo, clube italiano de menos tradição, mas não poderia jogar. No início, o goleiro viu este período em terras italianas muito útil no processo de adaptação a uma nova cultura. Mas logo surgiram as incertezas. A ida para a Copa do Mundo de 2006 ficou ameaçada.
- Dei um passo para trás para depois dar dois à frente. Mas foi o período dentro do futebol mais complicado que eu vivi.
NA SELEÇÃO BRASILEIRA
47 JOGOS
31 GOLS SOFRIDOS
ESTREIA: 08/07/2004 - Brasil 1 x 0 Chile, na Copa América
TÍTULOS: Copa América de 2004; Copa das Confederações de 2009
Hoje, Julio Cesar até lembra de uma história engraçada que viveu em Verona. Ele treinava no Chievo quando chegou de surpresa ao clube o então preparador de goleiros do Inter, Massimo Battara, para uma conversa.
- O cara começou a colocar uma pressão psicológica para cima de mim impressionante. Não estava entendo qual era a dele. Ele começou a falar que o Inter era assim e assado. Que a torcida era assim, que o treinador tinha muita confiança em mim... pó, eu tinha vindo do Flamengo. Com todo respeito, mas em termos de pressão e de uma série de coisas, com o Flamengo batia, era igual. Aí falei na lata. Tudo bem, mas quanto tempo o Inter está sem ganhar um título? Você está falando um monte de coisas, mas o Inter não ganha um título desde 1989.  Aí ele ficou pensando... (risos). Mas eu amadureci muito com ele. Foi muito legal.
"Cesinha" faz sucesso na Itália
Em Milão, Julio Cesar não demorou a colocar Francesco Toldo, titular da seleção italiana e “craque” da Eurocopa de 2004, no banco de reservas. Mesmo assim, não abandonou a camisa 12. Ídolo da torcida, conquistou todos os Campeonatos Italianos que disputou até hoje com o Inter.

LINHA DO TEMPO
1996 Julio Cesar começa a treinar salão no pré-mirim do Grajaú Country e conquistar títulos
1992 O goleiro faz um teste para jogar no Flamengo e é aprovado. Chega ao clube aos 12 anos de idade
1996 É convocado pela primeira vez para a seleção brasileira sub-17. Disputa o Mundial como titular
1997 Julio Cesar estreia como profissional aos 17 anos na semifinal da Copa do Brasil contra o Palmeiras
2000 Ganha a posição de titular do Flamengo que era de Clemer. Logo vira um ídolo da exigente torcida rubro-negra
2004 Primeira chance na seleção brasileira, o goleiro brilha na conquista da Copa América
2005 É negociado com o Inter de Milão e precisa ficar seis meses sem jogar emprestado ao Chievo
2006 Vira titular do Inter de Milão colocando o italiano Francesco Toldo, ídolo no país, no banco
2007 Começa a se firmar como titular da seleção com a atuação de gala contra o Uruguai no Morumbi
2009 Campeão da Copa das Confederações com a seleção brasileira e goleiro menos vazado das eliminatórias
Se Julio Cesar era nome mais do que confirmado na lista de Dunga, em 2006 o goleiro viveu momentos de suspense. Após a decepção da Copa de 2002, ele não tinha a certeza da convocação.
- Estava na casa dos meus pais. E todo mundo na frente da televisão ligadão. É um momento bacana. Se não me engano tinha sido por ordem alfabética. E eu doido para chegar ao “J”. Quando falou o meu nome foi aquela festa. Porque é a realização de um sonho. Tudo o que você planeja desde pequeno - disse Julio Cesar, que chorou abraçado ao irmão Júnior logo após escutar o nome ser anunciado na TV.
Após a Copa de 2006, Julio Cesar ficou fora do início de trabalho de Dunga por causa de algumas lesões. O treinador testou Gomes, Helton e Doni na seleção. Mas uma atuação contra o Uruguai, no Morumbi, pelas eliminatórias, foi marcante e decisiva para conquistar a camisa 1. De coadjuvante, Julio Cesar virou protagonista na seleção.
Sob olhares desconfiados e diante da pressão da torcida paulista para a convocação de Rogério Ceni, Julio Cesar fechou o gol contra os uruguaios. Desde então, o goleiro acumulou atuações memoráveis pela seleção brasileira e é um dos líderes do grupo. Sob o comando de Dunga, foram 36 jogos e apenas 21 gols sofridos.
- O Cesar sempre foi muito dedicado. Merece tudo isso – disse a mãe Fátima.
Cesar?
- Eu não consigo chamá-lo de Julio. Aqui em casa é Cesar ou Cesinha. Julio Cesar só na bronca (risos) - completa.
Se Julio Cesar é um personagem do mundo, Cesinha é conhecido por poucos. Quando o goleiro da seleção brasileira escuta um chamado assim sabe que se trata de alguem especial, de uma amizade antiga.
- Se me chamarem de Cesinha eu já sei que é a rapaziada de infância.

Julio Cesar, ou melhor, Cesinha... o paredão do Brasil na África do Sul.
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